Vemos a Sra. Rasch chegar a casa depois de um dia normal de trabalho, e entregar-se às tarefas quotidianas. Pelo meio ouve um programa de rádio que podia ser uma segunda casa, uma outra vida dentro da dela. Fuma, come, arruma, lava…

Quem é esta mulher? Como vive? Que história nos conta? Que mundo é o seu?



O alemão Franz-Xaver Kroetz escreveu este texto em 1971. Políticamente empenhado, move-o a urgência de despertar as pessoas para a realidade em que vivem. Mas o mero discurso político seria aqui redutor. O que ele faz é lançar-nos num abismo. Paira uma sombra sobre esta mulher, imperceptível como uma epidemia cuja maleita ainda não se manifestou, e cujas causas, passíveis de esgrimir em contrastes políticos, não perspectivam aqui nenhuma solução.

É na natureza do quotidiano, no seu mais absoluto concreto, que nos detemos, deixando que seja essa sequência rotineira e interminável de acções – fragmentos de vida – a revelar o sentido duma existência.
Diz-nos o autor: “A peça propõe-se representar objectivamente um facto que muitas vezes me impressionou nos relatórios de polícia: em muitos casos o suicídio é executado com uma inacreditável preocupação de ordem. O suicídio, cujos preparativos derivam sem transição das actividades quotidianas e por isso julgadas normais, cumpre-se como a vida que o provocou, com o mesmo amor pela ordem; tão limpo e tão honesto, tão morno e tão mudo como essa vida”.

OLIVAL BASTO – de 8 a 11 de Maio, às 21h30.

CENTRO CULTURAL DA MALAPOSTA
www.malaposta.pt

933 288 560 / 219 383 100
propositario.azul@gmail.com

Duração: 1h10m
Bilhetes: 5€ (preço único)

Espectáculo classificado para M/16

Autoria do texto:
FRANZ-XAVER KROETZ
Tradução:
ADÉLIA SILVA MELO

Interpretação:
SOPHIE LESO
Voz “programa de rádio”
JOSÉ HENRIQUE NETO
CRISTINA BASÍLIO

Encenação:
NUNO NUNES
Cenografia:
ANA LIMPINHO
Desenho de som:
TIAGO CERQUEIRA
Desenho de luz:
RUI ALVES
Design Gráfico
CONTRAPONTO

Apoio Técnico
RICARDO TRINDADE
PATRÍCIA MARAVILHA

Produção:
PROPOSITÁRIO AZUL
Co-produção:
TEATRO EXPERIMENTAL DE CASCAIS

Parceria:
PALCO ORIENTAL

Apoio Financeiro:
FUNDAÇÃO CALOUSTE GULBENKIAN

Apoios:
INSTITUTO GOETHE, BLIM RECORDS, CONTRAPONTO, CENTRO CULTURAL DA MALAPOSTA, C.M. CASCAIS, ROSARIOS 4, TEATRO DA TRINDADE

Agradecimentos:
Daniel Worm D’Assumpção, Dona Isabel, João Jorge Meirim, João Limpinho, João Vasco, Jorge Silva Melo, José Gaspar, Luís Miguel Cintra, Manuel Coelho, Manuela Machado, Maria Celeste Silva, Mário Martins, Oficinas de São José, Patrícia Raposo e Zé Rui.

Sophie Leso - Interpretação

Nasceu em 1982 em Verviers, Bélgica. Iniciou a formação artística no Conservatório de Teatro de Verviers em 1992, prosseguindo depois uma formação em acrobacia, técnicas de circo e dança em Bruxelas. Em 2001 ingressou na École Internationale de Mimodrame de Paris Marcel Marceau. Paralelmente, foi desenvolvendo uma pesquisa em dança, espaço-tempo e análise do movimento com Marie-Christine Wavreille (Bélgica). Frequentou vários workshops e projectos internacionais na área da dança e do teatro. Recentemente em Portugal, trabalhou como actriz e, como bailarina, com Nuno Nunes, Romulus Neagu, Gonçalo Ferreira, Ana Borges, Sofia Belchior e Maria Ramos. Fez o Curso de Pesquisa e Criação Coreográfica do Fórum Dança orientado por Vera Mantero, Emmanuelle Huyhn, Margarida Bettencourt e João Fiadeiro. Em 2006, trabalhou com Pippo Delbono no âmbito do “Projet Thierry Salmon”. Desenvolve, ainda, conhecimentos em Língua Gestual e uma actividade de formadora.

José Henrique Neto - Voz “programa de rádio”

Trabalhos mais recentes (2007): Sete papéis em O Memorial do Convento, Teatro Nacional D. Maria II no Convento de Mafra (em curso); Salazar em Desobediência, Teatro da Trindade; Salazar em A Filha Rebelde, Teatro Nacional D. Maria II; Jerónimo no filme Dotcom de Luís Galvão Telles. Estreou-se profissionalmente em Janeiro de 1977 na África do Sul, com o musical The Rocky Horror Show. Seguiram-se aí outros musicais e peças dramáticas desde Marlowe e Shakespeare a obras de criação colectiva, com destaque para a montagem sul-africana do 1789 de Ariadne Mnoushkine. Em 1982, rumou a Londres, onde concluiu com distinção e Prémio Direcção a pós-graduação em Artes Teatrais pelo Drama Studio. Em Portugal desde finais de 1984, ainda participou na última peça de D. Amélia Rey Colaço (El-Rei Sebastião de Régio). Foi um dos membros fundadores das Marionetas de Lisboa, com as quais apresentou clássicos portugueses durante vários anos. Desde então, tem-se desdobrado por teatro (actor/encenador/tradutor); cinema (protagonizou o telefilme SIC Um Homem não é um Gato em 2002, esteve no elenco principal como D.Marcos na co-produção luso-brasileira O Judeu em 1987-94) e novelas (elenco fixo Sonhos Traídos em 2001), para além de concertos e de locução de documentários para a RTP desde 1988.

Nuno Nunes - Encenação

Tem formação da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC), grau de Licenciatura em Actor/encenador, obtido após defesa de relatório de estágio enquanto assistente de encenação de Pascal Rambert em Gilgamesh – L’Homme qui ne voulais pas mourir, para o Festival d’Avignon 2000 (tendo sido para o efeito bolseiro da Fundação Calouste Gulbenkian, do IPAE e do Inst. Franco-português).
Iniciou a actividade profissional como actor em 1997 n' A Barraca. Tem trabalhado como independente em projectos dentro e fora de Portugal. Como actor participou em espectáculos na Alemanha, Inglaterra, Espanha e Itália. Trabalhou como actor com Carlos Avilez, João Lourenço, Maria João Miguel, Giancarlo Cobelli, Amândio Pinheiro, Solveig Nordlund. Conta com alguns trabalhos em cinema e televisão, sendo um dos protagonistas da série Até Amanhã Camaradas, e 20,13 (Purgatório) de Joaquim Leitão.
Tem dado especial atenção à sua formação e especialização contínuas, participando como formando em diversas acções de formação em Portugal e no estrangeiro.
Como formador tem desenvolvido trabalho junto de grupos de teatro universitário desde 1998 e junto de grupos de teatro amador desde 2000, com destaque em 2002 para acção de formação desenvolvida em Timor Leste. Leccionou a disciplina de interpretação na escola profissional do Balleteatro (2002) e a cadeira de Práticas Dramatúrgicas na ESTC em 2003.
Foi ainda assistente de encenação de Manuel Coelho (Teatro Nacional D. Maria II) e de Luca Aprea. A sua primeira encenação foi O Escurial de Michel de Ghelderode, projecto distinguido com o prémio de execução “O Teatro na Década 2002”. Encenou também com apoio do Instituto das Artes O Fim de António Patrício (2004), e em 2005 Três Máscaras de José Régio.

Ana Limpinho - Cenografia

Habilitações Literárias:
- Bacharelato em Realização Plástica do Espectáculo pela Escola Superior de Teatro e Cinema, Lisboa, 1999.

Experiência Profissional:
De 1995 a 1997
- Colaboração em O Doido e a Morte de Raul Brandão (1995), Laços Lassos a partir de Marivaux e Molière (1996), As Nuvens de Aristófanes (1997), grupo de teatro amador Ita Vero.
1999
- Cenografia e figurinos, em parceria com Maria João Castelo, para Morrer, texto de José Maria Vieira Mendes e interpretação de Catarina Requeijo e Luís Gaspar, na Sala Estúdio do Teatro da Trindade.
2000
- Execução, em parceria com Cláudia Rocha, dos adereços para Michel Vaillant, concepção e interpretação de João Ricardo, integrado no espectáculo 4 Portas Para 6 Heróis, realizado pelo CAM/ ACARTE na Sala Polivalente da Fundação Calouste Gulbenkian.
2001
- Cenografia, em parceria com Patrícia Maravilha, para Gata Borralheira de Robert Walser, pelo Teatro da Universidade Técnica, encenação Jorge Listopad, no Pequeno Auditório da Culturgest.
- Aderecista para o programa Mega Zip, produção Image Makers para a RTP.
2002
- Cenografia e figurinos para O Escurial, encenação Nuno Nunes, no Palco Oriental, em Lisboa, e na Capela do Palácio de Cristal, no Porto.
- Cenografia e figurinos, em parceria com Maria João Castelo, para o espectáculo de dança FeROUGEm, de Sónia Aragão e Joana Furtado, no Teatro Villaret.
- Cenografia e figurinos, em parceria com Maria João Castelo, para Amok de Jacinto Lucas Pires, encenação Luís Gaspar, no Instituto Franco-Português.
2003
- Integra a equipa de construção de decors para a curta metragem I’ll see you in my dreams, produção Filipe Melo.
- Cenografia, em parceria com Maria João Castelo, para Carrada de Bestas pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro, encenação Ghraeme Pulleyn.
2004
- Cenografia e figurinos para Eco – A Árvore do Ténéré, encenação Luca Aprea, na Antiga Fábrica de Rações do Convento do Beato.
- Cenografia e figurinos, em parceria com Maria João Castelo, para Deixem-me Ressonar pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro, texto de Thérèse Collins, encenação Abel Neves.
- Cenografia e figurinos para Quem me dera ser onda..., encenação Maria João Miguel, na Sala Estúdio do Teatro da Trindade.
- Figurinos e adereços para Saco de Histórias pelo Bica Teatro, encenação Maria João Miguel, estreado no Centro Cultural Olga Cadaval.
- Cenografia e figurinos para O Fim de António Patrício, encenação Nuno Nunes, no Centro Cultural Franciscano, em Lisboa, e no Balleteatro, no Porto.Cenografia em parceria com Maria João Castelo, para Gato Fedorento ao vivo.
2005
- Cenografia e figurinos, em parceria com Maria João Castelo, para Cosmos de Witold Gombrowicz, encenação Cristina Carvalhal, no Teatro da Comuna.
- Cenografia e figurinos para Três Máscaras de José Régio e um prólogo, encenação Nuno Nunes, na Sala Estúdio do Teatro da Trindade.
- Cenografia para Uma Noite de Verão, encenação de Francisco Salgado, na Antiga Fábrica da Cerveja, em Faro.
- Cenografia e figurinos para S/ título provisório, criação colectiva de Andreia Rodrigues, Maria João Miguel, Rui Quintas e Sónia Neves, na Kind of Black Box.
- Assistência de cenografia, em parceria com Maria João Castelo, para A Taberna pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro, texto e encenação de Peter Cann, cenografia de Carlos Cal.
2006
- Cenografia e figurinos, em parceria com Maria João Castelo, para Waiting for Godot pelo Teatro Meridional, encenação Miguel Seabra, estreia no Pequeno Auditório do CCB.
- Concepção plástica conjunta com Maria João Castelo e Pedro Silva, para Triptico, encenação André Amálio, na Casa dos Dias d’Água.
- Cenografia e figurinos, em parceria com Maria João Castelo, para Ubelhas, Mutantes e Transumantes pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro em co-produção com o Teatro das Beiras, texto de Abel Neves, encenação Gil Nave.
2007
- Cenografia para Cerejal, encenação de Francisco Salgado, no Teatro da Comuna, em Lisboa.
- Cenografia e figurinos para Memórias d’Algodão Doce, encenação de Maria João Miguel, na Sala Estúdio do Teatro da Trindade, em Lisboa.
- Cenografia e figurinos, em parceria com Maria João Castelo, para Mãos Grandes pelo Teatro Regional da Serra do Montemuro, encenação de Steve Johnstone.
- Figurinos, em parceria com Maria João Castelo, para Foder e Ir ás Compras, encenação de Gonçalo Amorim, com estreia na Black Box do CCB, em Lisboa.